quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Wounded Healer

Parafraseando a já célebre citação, este é o título de um livro que eu não li, mas gostei… Deixe-me explicar…


Assisti há algum tempo a um culto em uma igreja muito conhecida. Fiquei devidamente encantado com o louvor e então o pastor começou a pregar. Sua retórica era impecável, suas ilustrações cheias de exemplos e mesmo suas piadas eram exemplares. Trajava um terno muito bem feito e até seu cabelo estava perfeito. Infelizmente (talvez fruto de inveja?) a mensagem igualmente brilhante, me deixou frio, sem reação. Sim, eu sei que a Bíblia afirma que a Palavra de Deus não voltará vazia. Mas fiquei refletindo o que me havia deixado apático.


Por fim concluí que era devido a uma certa “plasticidade” do culto. Tudo era feito cinematograficamente. Eu admiro e valorizo competência em qualquer área que seja. Talvez esteja radicalizando ou justificando minha própria mediocridade, mas acho que qualquer encontro entre Deus e seu povo tem que ter cheiro de gente! Digo mais, aquele que ensina ou ministra de qualquer forma,tem que ter cheiro de gente. Daí eu me lembrar do título acima, que vi na lombada de um livro, gostei, mas nunca cheguei a comprar ou ler.


Na minha vida (e olha que já estou no meu qüinquagésimo terceiro ano de vida) tenho sido tocado por muita gente que falou, ensinou, escreveu… Em geral os que mais me tocam são aqueles que mancam, tropeçam, lutam com suas fraquezas… que tem algumas imperfeições enfim, estão cientes delas e, ainda assim, se arriscam passar pelo ridículo de se expor para que Ele cresça.  Com isso não estou fazendo uma apologia da fraqueza, mas da transparência. Tenho assumido como princípio de vida que não devo tentar ser modelo de chegada, mas modelo de caminhada (com suas quedas e quebraduras inerentes).


Se você, como eu, é seguidor de Jesus, deixe-me desafiá-lo a deixar suas lutas, vitórias e derrotas à mostra. Certamente não garante sucesso, nem faz parte de um bom marketing pessoal, mas tenho bastante convicção de que se aprende mais da caminhada e a respeito do nosso mestre com uma vida real do que com um modelo de vitrine perfeito, mas intrinsecamente artificial. 

Um comentário:

  1. Gostei muito do seu artigo. Li não sei onde, que Deus ainda prefere os amadores, os imperfeitos,os fracos desse mundo para realizarem sua obra. Foi assim com Moisés, Jacó, Davi, Pedro e outros. Talvez porque sendo fracos, eles dependiam do poder de Deus para se tornarem fortes. Todos os 'heróis de fé' vacilaram em algum momento,ficaram com medo, fraquejaram na fé, 'pisaram na bola', enfim, enfim, eram iguais a nós. A virtude não está em nunca cair, mas em reconhecer que caiu, e buscar em Deus forças para levantar e seguir adiante.

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